Arte Viva de Loreni Schenkel

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Lembro-me como se fosse hoje quando ela me disse, no ano passado, que precisava de uma “marca”. Eu, na hora, parei e fiquei pensando: uma marca? Para que? Minha reação tinha motivo. Afinal, para mim, no caso dela, ter uma marca era e ainda é totalmente desnecessário. Digo isso, pois esta pessoa, ela mesma é a própria marca. Ela, por si só, é símbolo de beleza, de arte, de amor à natureza, de paixão pela arte, pelas origens, pela vida, pelas pessoas, pela sua própria natureza de mulher, de mãe, esposa, trabalhadora, lutadora, leonina! Estou falando da primeira entrevistada deste blog: a gaúcha, candanga de coração e artista plástica Loreni Schenkel.

Conversamos numa tarde, em meio de semana, no Café Empório Tropical, que fica no Centro de Convenções Brasil 21. Ela, como sempre, chegou com suas “marcas” características: sorriso no rosto, brilho no olhar e coração aberto para nos ouvir e falar. E, dessa forma, começamos a entrevista. Iniciei nossa conversa perguntando-lhe como começou o interesse dela pela arte. De pronto, ela me respondeu:

- Meu interesse começou um pouco mais tarde. Tive a primeira oportunidade de entrar em contato com a arte aos 34 anos. Estava passando por uma fase com muito trabalho, extremamente cansativa. Eu era empresária na época, tinha dois restaurantes, morava em Florianópolis e, para dar conta dessa rotina complexa, eu pensei: preciso fazer algo que tire dessa zona de turbulência. Passei a ter aula, com um professor, em casa. Quando comecei a fazer isso, descobri que ali a minha alma falava mais alto!

Nesta hora, os olhos dela brilharam ainda mais e pensei: foi ali que a marca dela como artista começou a ser construída! Seguindo a entrevista, ela nos contou que pintou o primeiro quadro em 2004. No ano seguinte, veio à Brasília, quando teve de interromper, mas não desistir, da sua paixão pela arte por um tempo. Em 2011, resolve estudar, fazer faculdade de artes plásticas na UnB. A partir daí, sua produção ganhar força e não para mais.  

Em seguida, pergunto a ela sobre as exposições que já realizou em Brasília, de 2011 para cá. Orgulhosa, Loreni me diz: - Já fiz várias, tanto individuais como coletivas. A minha primeira exposição foi na Aliança Francesa, ainda em 2011. 

Sorte? Não! Paixão, determinação, muito trabalho e, o principal: sempre acredita no que faz! Seguindo, pergunto-lhe ainda sobre suas vertentes, suas características de pintura, se já tem uma própria, algo assim. E ela me explica que depois de fazer vários experimentos tanto com materiais, quanto técnicas, fazer  muitas pesquisas nas área da pintura com figurativos, manchas, colagem, encontrar alguns estilos que gosta de fazer, ela me explica o seguinte:

- Hoje na assinatura eu tenho uma assinatura muito forte, que eu uso a terra de formigueiro, uso bastante o papel machê, que estou produzindo agora muitas esculturas novas no meu ateliê. Mas eu acho sempre o risco de falar que isso é meu estilo. Acho que a arte é uma busca constante pela vida, a arte é muito vida. E a vida não tem nada de muito duro, concreto. Hoje eu posso amar esse cappuccino aqui – diz ela fazendo referência ao café que estava tomando – mas pode ser que amanhã ele não me faça bem. Então, eu acho complexo fechar esse ciclo. Eu gosto mais de deixar esse espaço aberto! Eu observo muito a natureza, eu tiro muita informação dela, e daí, desenvolver coisas que estão dentro de mim. 

Em seguida, falamos sobre seu ateliê na Asa Norte, mais precisamente na quadra 106 norte, bloco A, subsolo, com a porta virada para a quadra residencial. Um local que divide com um colega, também artista plástico. Um lugar que é possível conhecer a Loreni de alma e coração. Lá estão suas impressões da vida, do ser mulher, do ser divina, do ser mãe, da sua visão sobre a linda natureza que a vida nos presentiou! Suas mais recentes obras, esculturas em papel machê, transbordam a feminilidade e paixão e aproximação com a natureza. Ao mesmo tempo que lembra pedras, lembra as fendas, as genitálias, os casulos, úteros. Vale a pena ir pessoalmente e conferir! 

Noite de arte no Ateliê de Loreni na Asa Norte (Fofo: Carlos Leite)
Por fim, pedi a Loreni que deixasse um recado para aquelas pessoas que tem um artista guardado dentro de si. E ela, com toda a leveza, humildade e amor pela arte, me disse, entre outras coisas que o "O Dom é o desejo": 

- É o que desejo de querer algo mais que a gente possa deixar para o mundo. Todo mundo tem uma coisa boa para dar. Eu acredito muito nisso. Você quer? Comece, vá em frente, faça! 

Com essas e outras lindas palavras, terminamos a entrevista com a artista plástica Loreni Schenkel. Sem dúvida, uma entrevista que estreou com chave-de-ouro esse querido projeto! Entrevista na íntegra aqui! Confira o trabalho da artista também pelos perfis dela no Facebook e Instagram 

Agradecimentos especiais ao Café Empório Tropical, que nos concedeu o espaço, no qual tomamos os deliciosos Cappuccino de Nutella e Cappuccino Tradicional! Super aprovados, ganharam o selo do Café não faia! Agradeço, ainda, ao Dijan Marcel, responsável pela produção das canecas do Café Não Faia!  Semana que vem tem mais! Amanhã também teremos resenhas no Blog! Fiquem de olho! 

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